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Wearables na Saúde: Benefícios, Limitações e a Confiabilidade dos Dados

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Os dispositivos vestíveis, ou wearables, estão revolucionando a forma como monitoramos nossa saúde. De smartwatches a patches adesivos com sensores avançados, esses aparelhos se tornaram verdadeiros laboratórios portáteis, capazes de coletar uma quantidade impressionante de dados biomédicos. Mas uma questão crucial surge em meio a essa popularização: qual é o real nível de confiabilidade das informações fornecidas por esses dispositivos?

 

O Papel dos Wearables na Saúde

Segundo Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), os wearables têm se mostrado ferramentas valiosas na prática clínica e em estudos científicos, especialmente no acompanhamento de condições cardiovasculares. Os dados coletados por esses dispositivos oferecem diversas vantagens, como:

1. Monitoramento Contínuo

Os wearables registram informações de forma ininterrupta, incluindo:

  • Frequência cardíaca e ritmo cardíaco;

  • Variação da frequência cardíaca (VFC);

  • Atividade física e padrões de sono.

Esses dados permitem que os médicos tenham uma visão ampla e detalhada da saúde do paciente ao longo do tempo, favorecendo diagnósticos mais precisos.

2. Detecção Precoce de Alterações

Dispositivos equipados com sensores de eletrocardiograma (ECG) ou fotopletismografia (PPG) auxiliam na identificação precoce de problemas cardíacos, como:

  • Arritmias, incluindo fibrilação atrial;

  • Irregularidades nos batimentos cardíacos;

  • Oscilações na pressão arterial.

A detecção precoce dessas condições reduz significativamente o risco de complicações futuras, como o acidente vascular cerebral (AVC).

3. Contribuição para Estudos Clínicos

Os wearables são amplamente utilizados na coleta de dados em larga escala para estudos clínicos. Esses dados ajudam a:

  • Compreender padrões populacionais de saúde;

  • Avaliar fatores de risco;

  • Analisar a eficácia de intervenções em reabilitação cardíaca e prevenção de doenças cardiovasculares.

4. Engajamento do Paciente

O fornecimento de dados em tempo real aumenta a conscientização do paciente sobre sua própria saúde. Isso pode levar a mudanças positivas no estilo de vida, como:

  • Maior adesão a práticas saudáveis;

  • Monitoramento mais eficiente da pressão arterial e glicemia;

  • Incentivo à atividade física e melhora dos hábitos alimentares.

 

Limitações e Desafios dos Wearables

Apesar dos avanços tecnológicos, os dispositivos vestíveis apresentam limitações importantes. De acordo com Audes Feitosa, membro do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), e Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, algumas dessas limitações incluem:

  • Falsos positivos: Sensores de fotopletismografia (PPG), comuns em smartwatches, podem detectar padrões irregulares de pulso que sugerem fibrilação atrial, mas muitas vezes geram alertas incorretos, principalmente em pacientes assintomáticos.

  • Validação clínica: Nem todos os wearables são validados cientificamente, o que compromete sua confiabilidade para uso médico.

  • Padronização: Há diferenças significativas na precisão dos dados entre diferentes marcas e modelos.

 

 

Dispositivo Validado no Brasil

No Brasil, o Complete, da Omron Healthcare, é o único aparelho de eletrocardiograma de uso doméstico validado clinicamente. Ele mede a pressão arterial e realiza um ECG simultaneamente, gerando resultados em aproximadamente 30 segundos. Os dados podem ser compartilhados online com os médicos, facilitando a análise.

 

Como Interpretar os Dados dos Wearables?

Para evitar erros de interpretação e garantir um uso seguro, especialistas recomendam:

  1. Não substituir orientação profissional: Os wearables são ferramentas auxiliares, não substituem diagnósticos médicos.

  2. Compreender as limitações: Os resultados podem apresentar variações e não devem ser analisados isoladamente.

  3. Evitar automedicação e autodiagnóstico: Qualquer alteração nos dados deve ser avaliada por um profissional de saúde.

  4. Usar corretamente e regularmente: O uso inadequado pode comprometer a precisão dos dados.

  5. Combinar dados com histórico clínico: O médico deve correlacionar as informações coletadas com exames adicionais e sintomas relatados pelo paciente.

 

 

“Ao compreender os dados como ferramentas de apoio, e não como diagnósticos definitivos, o paciente poderá utilizá-los de forma mais segura e eficaz”, conclui Lobato, da SBACV.

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